IA First: a inteligência artificial não deve ser usada como acessório, mas como núcleo do pensamento estratégico.

Em algum momento de 2024, percebi uma coisa óbvia demais para continuar sendo ignorada: a inteligência artificial não era mais uma tendência. Ela já estava aqui, mudando o jogo em silêncio. E o marketing, campo onde atuo há mais de duas décadas, estava entrando numa nova era. Foi ali que decidi: a minha agência também precisava mudar. E essa mudança teria nome e método. Nascia o nosso projeto IA First.

Durante o processo de escrita dos meus livros Marketing 6.5 e Inteligência Artificial Aplicada ao Marketing Digital, essa ideia foi ganhando corpo. Entre reflexões sobre estratégia, dados, automação e comportamento humano, ficou evidente que o futuro da comunicação passava por um novo modelo de operação. Mais ágil, mais inteligente, mais conectado. E foi isso que eu trouxe para a Level.

O que é IA First e por que ele fez sentido para mim

O conceito IA First parte de uma premissa simples: a inteligência artificial não deve ser usada como acessório, mas como núcleo do pensamento estratégico. Isso não significa substituir pessoas por máquinas, mas colocar a IA como ponto de partida de todas as decisões. Estratégia, criação, atendimento, análise de dados — tudo poderia ser aprimorado com inteligência artificial. Só que para isso, seria preciso estrutura, cultura e um plano realista.

A criação do comitê de IA

A primeira coisa que fiz foi montar um pequeno comitê interno. Não queria uma área de inovação distante da operação, mas um grupo real, com gente de diferentes setores da agência: mídia, criação, atendimento e dados. Juntos, começamos a discutir quais dores eram comuns, o que tomava mais tempo e onde a IA poderia ser útil de verdade.

Foi nesse momento que a frase da Maia Mau, diretora de marketing do Google Brasil, voltou à minha mente: “usar IA é como aprender a respirar em um novo ambiente”. Ela tinha razão. Era um novo ambiente, e precisávamos reaprender juntos.

Estabelecendo objetivos concretos

Com o comitê formado, não partimos direto para ferramentas ou promessas milagrosas. Nosso foco foi definir objetivos claros e possíveis, como:

Reduzir o tempo de entrega de campanhas em 30%
Automatizar relatórios e propostas comerciais
Utilizar IA para criar variações de campanhas com base em dados
Personalizar conteúdos conforme o público-alvo de cada cliente

Esses objetivos ajudaram a dar foco e serviram como bússola ao longo de toda a jornada.

Entendendo o nível de preparo da equipe

O passo seguinte foi ouvir a equipe. Falei com cada área e percebi que havia uma mistura comum:

  • Pessoas muito interessadas, mas sem tempo para testar
  • Gente que usava IA de forma isolada, sem método
  • Estagiários curiosos, mas inseguros
  • Gestores com medo de que a IA “roubasse” sua autoridade

Esse diagnóstico foi essencial. Ele mostrou que antes de automatizar qualquer coisa, eu precisava preparar emocional e tecnicamente o time.

Criando um plano de capacitação por função

Com base nesse mapeamento, estruturamos um plano de capacitação que respeitava as particularidades de cada área. Mas com um diferencial importante: os treinamentos foram baseados no uso de agentes criados pela equipe de TI em conjunto com colaboradores de todos os setores. Isso permitiu que cada área utilizasse modelos de IA ajustados às suas necessidades reais.

Para os redatores, o foco foi no uso de agentes de texto criativos. Para os designers, agentes de apoio à criação visual. Para o time de mídia, agentes que auxiliavam na segmentação e estruturação de campanhas. O BI recebeu agentes conectados ao Looker Studio, e o time de atendimento passou a trabalhar com assistentes que auxiliavam na escrita de roteiros, propostas e interações estratégicas.

Mapeando os processos da agência

Agora que o time estava mais preparado, mapeamos os processos internos, da entrada do briefing até a entrega final. Identificamos os pontos de gargalo, repetições, retrabalhos e tarefas operacionais que tomavam tempo e drenavam energia criativa.

Ali, ficou evidente onde a IA poderia atuar de forma prática e imediata:

  • Geração de ideias para campanhas
  • Rascunho de textos publicitários
  • Automação de relatórios de mídia
  • Organização de pauta com base em dados de performance
  • Construção de segmentações inteligentes para anúncios

Escolhendo ferramentas com propósito

Com os processos claros, começamos a integrar ferramentas que entregam valor real e são de fácil adoção pela equipe:

  • ChatGPT para produção de textos e conteúdo
  • MidJourney para geração de imagens e conceitos visuais
  • Make para automações operacionais e integração de sistemas
  • Gamma para criação de apresentações comerciais e institucionais
  • Looker Studio para análise de dados, BI e visualização de métricas

Nosso critério era simples: se não facilita o trabalho, não entra no processo.

Criando um projeto-piloto

A teoria precisava virar prática. Escolhemos um cliente com escopo completo — redes sociais, tráfego pago e conteúdo — e aplicamos o modelo IA First por completo. Cada etapa da campanha foi tocada com apoio da inteligência artificial. O resultado foi surpreendente:

Redução de 42% no tempo total de produção
Engajamento 28% maior nos conteúdos personalizados
Relatórios gerados com 80% menos esforço manual
Cliente mais satisfeito com entregas rápidas e adaptadas

O projeto-piloto virou nosso case interno e passou a inspirar as outras contas.

Acompanhando resultados com KPIs

Medir impacto foi fundamental para validar a abordagem. Criamos KPIs específicos para o uso da IA:

  • Tempo médio de entrega por demanda
  • Nível de adoção da IA por área
  • Redução de retrabalho
  • Percepção do cliente final
  • ROI das campanhas ajustadas com IA

Acompanhando esses dados, conseguimos ajustar o ritmo, capacitar melhor e ampliar a aplicação da metodologia com segurança.

Estimulando uma cultura de inovação real

Por fim, sabíamos que não bastava aplicar a IA pontualmente. Precisávamos estimular uma nova cultura interna, onde a IA fosse vista como aliada constante. Para isso, criamos:

  • Um canal interno para troca de prompts e ideias
  • Embaixadores da IA em cada setor
  • Rotina mensal de partilha de boas práticas
  • Atualizações sobre ferramentas que realmente entregam valor

O objetivo foi tornar o uso da IA algo natural e colaborativo, sem imposição ou rigidez.

O que aprendi com tudo isso

Implementar o conceito IA First foi mais sobre mentalidade do que tecnologia. Aprendi que:

  • A IA não substitui talento, ela potencializa
  • O medo desaparece quando a equipe entende o benefício
  • A estratégia vem antes da ferramenta
  • A melhor inovação é a que resolve problemas reais

Como costumo dizer nas minhas palestras e aulas: IA não é um truque. É uma lente que amplia a capacidade humana quando bem usada.

E agora?

Se você é gestor, dono de empresa ou lidera uma equipe e ainda tem dúvidas sobre aplicar IA no seu negócio, comece pequeno. Monte um comitê, ouça sua equipe, defina um objetivo simples e teste. A IA só assusta quando está longe. Quando entra no dia a dia, vira aliada silenciosa, mas poderosa.

Eu sou André Aguiar, e esse foi o processo de transformação da minha agência. Se quiser aplicar algo semelhante, fico à disposição para conversar.

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By Andre Aguiar

Conheça André Aguiar, um profissional multifacetado com formação em TI, matemática, publicidade, especialização em marketing digital e mídias sociais. André é diretor de marketing na DMX Web, Head de marketing da Pimentel e Lima Consultoria Jurídica e professor das Faculdades UNICORP, FAETEC-RJ e SENAI-RJ. Além disso, atuou como Head de Performance do Hotel Nacional - RJ, palestrante convidado na FGV (ES-RS) e professor do MBA em Marketing Imobiliário com ênfase no Digital na Faculdade UNICORP/THE SOLUTION.

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